segunda-feira, 5 de abril de 2010

Hoje eu sonhei.

Hoje tive um sonho muito estranho que a casa da minha tia, onde passei minha infância, tinha virado uma pousada de praia.
Não seria tão etranho assim se ela não ficasse na Gabriel Monteiro da Silva, naquela rua sim, que hoje só tem lojas chiques, vivi um dos melhores tempos da minha vida.
No meu sonho eu estava hospedada nessa tal pousada quando apareceu uma pessoa e eu comecei a contar q tinha passado boa parte da minha infância, indo aos domingos, feriados e datas outras na casa da minha tia que era exatamente onde estávamos. Fomos fazer um tour pela casa e lá estava ela, um pouco mais detonada, mas com certeza ainda era ela.
Primeira coisa que vi foi a garage com um buraco no chão com uma escadinha onde se entrava para arrumar os carros, seus jardins retangulares de buchinho q ficavam ao lado onde a linda e carinhosa cachorra da raça "Lessie" chamada Pandora foi enterrada entre algumas roseiras, junto da sala de costura, sala de passar roupa onde minha prima mais velha Angela passava os cabelos para sair toda bonitona, depósitos, quartos de empregados e uma lavanderia q não me lembro.
Pandora vivia com capuz na orelha por conta das moscas q não davam trégua, pq bem no fundo do terreno existia um galinheiro confesso um pouco abandonado.Quando Pandora morreu e um imenso Pastor Alemão, com 3 pintas pretas na lingua o qual fazíamos questão de mostrar para todos em nossos passeio como símbolo de raça pura, chamado Meninão tomou-lhe o lugar. De Meninão não tinha nada, mas era tão dócil como a Pandora, mas nos passeios íamos com a corrente bem puxada brigando pq todo mundo queria segura-lo um pouco, para falar q ele era muuuuuuiiiito bravo, uma fera. As vezes meu primo falava até para a pessoa não se aproximar!Sentíamos poderosos apesar de mentirosos! hahaha
Vi a porta vai e vem, q era meu sonho e às vezes meu castigo, pois quando tinha uma crise de asma era proibida de sair à noite no sereno e lá ficava vendo todo mundo brincando e eu lá como uma prisioneira em um castelo olhando, pq na verdade a casa da minha tia era um castelinho, antigo, com torre e porão.E São Paulo ainda serenava.
Voltando a porta, ela dava para uma cozinha de ladrilhos brancos e pretos onde um cheiro de café sempre estava no ar por conta da jogatinha dos adultos e onde comi pela primeira vez pizza de pão de forma com uma rodela de tomate em cima feita pela tia Jura. Q delicia!
Quase ao lado da cozinha era a copa com chão de tábua corrida como toda a casa, onde a tal jogatina corria solto, eu acho q foi nessa época q meu pai pegou a mania de chamar seus adversários e não adversário de carteado de "CRETIIINOO”.
Na páscoa um ovo enorme era aberto no meio da mesa e a cada intervalo de uma brincadeira e outra tascávamos um naco na boca.
Tascávamos no plural pq éramos em muitas crianças, minhas duas irmãs mais velhas Marilú e Sonia, minha irmã mais nova Laura e a irmã mais nova do meu primo "gênio" Luiz Antonio, Ana Claudia. Lembro q a noite deitávamos em frente a garagem e olhávamos o céu e se déssemos sorte víamos até uma estrela cadente.
Desafiávamos uns aos outro para ir até o galinheiro, coisa q ninguém tinha coragem claro, pois era uma boa caminha entre o jardim de buxinho mau iluminado q de noite parecia mal assombrado.
Ao lado da sala de jantar existia o quarto da Vó Assunta, onde os moveis eram bem do tipo antigo um cheiro de talco pairava e uma lamparina de vela vivia acesa em seu altarzinho. Me fascinava como aquela vela flutuava!Enfiavamos os dedo na cera quente e ficavamos olhando aquela chama pequeninha até q um adulto nos expulsava de lá.
Na sala de TV a certa hora, nos reuníamos para ver Perdidos no Espaço.Meu pai soltava altas gargalhadas com os mundos fantasiosos do seriado, e nós crianças, ficávamos fascinadas e ao mesmo tempo petrificadas com toda aquela aventura.
Lá perto, no hall de entrada, todo Natal o papai Noel batia na porta e misteriosamente ia embora e me deixava aos prantos no colo da minha mãe, como eu adorava o colo da minha mãe com suas mãos enormes me protegendo, e qdo abríamos a porta dávamos de cara com uma varandinha com duas cadeiras de ferro vazias, até q alguém gritava ACHEI,ACHEI! e um monte de presentes embrulhados apareciam atrás do sofá de veludo vermelho.
Na sala onde achávamos os brinquedos tinha uma cristaleira com muitas miniaturas de viagens q uma gorda e deliciosa tia Deble colecionava. Ela era professora de faculdade, muito moderna que tinha até andado de camelo! Ela era incrível eu adorava abraçar a barriga gorda dela. Lá tb era onde nos juntávamos para tirar fotos. Meu tio Waldemar amigo quase de infância de meu pai pegava sua Hasselblad e ficavamos dizendo xxxxxxxxxxxxxxxxxx, até a maquina pipocar.Depois toda a criançada atacava meu tio querendo se ver de cabeça para baixo!!haha
Ele era um fotografo maravilhoso!Às vezes nos reuníamos para ver seus slaides numa sessão deliciosa de reconhecimento, risadas e lembranças!
Subindo uma escada de madeira com seu corrimão também de madeira, onde logicamente tentávamos algumas decidas com uma bela bronca de um adulto no final ficava hall de distribuição dos quartos, meu primo bem mais velho, acho q com uns 18 anos, montava um autorama q não podíamos nem encostar. O autorama entrava no quarto dele passava pelo hall e entrava no quarto acho q da tia Deble, e o barulho dos carrinhos correndo era acompanhado pelos Beatles e outros q agora não lembro.
Ainda lá em cima, no banheiro era onde nos escondíamos depois de passar trotes não muito politicamente corretos nos bombeiros, dizendo q a casa na frente estava pegando fogo. Corríamos para a janelinha do banheiro e ficávamos esperando o caminhão vermelho chegar.Claro q nunca chegou!
Esse foi meu sonho, q um dia foi verdade, onde vi uma rainha ( pq vi a Rainha Elizabeth passar por lá), onde morava um gigante chamado Meninão, onde vi estrelas cadentes, comi a melhor pizza e me diverti como nunca!

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